Lição 7 - A vinha de Nabote

sábado, 5 de janeiro de 2013

Lição 1: A apostasia no Reino de Israel

Neste domingo estudaremos sobre um assunto que sem sombra de dúvidas é atual em nosso meio, Apostasia, mais precisamente no Reino de Israel, ou Reino do Norte.
Mas devemos primeiramente definir a palavra Apostasia:

A palavra “apostasia” é grega, composta de “apo”(από), preposição que dá a ideia de deslocamento de um ponto de partida, de afastamento e “stasis” (στάσις), que significa “posição”. Assim, “apostasia” é o deslocamento de uma posição, a saída de um lugar, o distanciamento de um local.

A.S. Wood, um dos colaboradores do Novo Dicionário da Bíblia de J.D. Douglas, afirmou que “…no grego clássico, o vocábulo grego apostasia é um termo técnico para revolta ou defecção política…” (Apostasia. In: op.cit., v.1, p.95), enquanto que, para os judeus, diz-nos Nathan Ausubel, a apostasia era tida “…como o mais grave de todos os pecados que o judeu ameaçado podia cometer…”, motivo pelo qual “…embora já fosse terrível como instrumento de excomunhão entre os judeus, nos dias dos Minim (as seitas heréticas da Judeia que provavelmente incluíam os primeiros cristãos), o cherem [a excomunhão, observação nossa] cresceu em severidade e em frequência de aplicação na Idade Média, quando a perseguição aos judeus e os esforços para convertê-los ao cristianismo tornaram-se mais intensos. O menor desvio das ideias tradicionais ou das práticas era imediatamente considerado pelos líderes religiosos e comunais como passível de levar à apostasia…” (Excomunhão. In: JUDAICA, v.5, p.282).
A apostasia é, como afirma a Bíblia de Estudo Pentecostal, a “…decaída, deserção, rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava ligado. Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé n’Ele(…). Sendo assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo Espírito Santo (cf. Lc.8.13; Hb.6:4,5); não é a simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível.…” (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL. A apostasia pessoal (estudo doutrinário), p.1903). É “…o abandono deliberado da crença na fé cristã(…) por alguém que dizia seguir essa fé…”(CHAMPLIN, Russell Norman. Apostasia. In: Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.1, p.237), ), “…o abandono total da fé ou da religião de uma pessoa; abandono do credo e renúncia das obrigações religiosas…” (CHAFER. Lewis Sperry. Teologia sistemática. t.4, v.7, p.27).

Introdução
O problema da idolatria em Israel não aparece com Acabe, mas muito antes dele, podemos perceber que no final do reinado de Salomão a idolatria foi introduzida em Israel (I Rs.11:1-9). Em razão da idolatria o Senhor dividiu Israel em dois reinos, Reino Sul e Norte. Após a morte de Salomão, a divisão do reino se concretizou, tendo o povo se rebelado contra Roboão, o filho de Salomão, e feito Jeroboão como seu rei (I Rs.12:1-25).

No entanto Jeroboão, ao se aproximar as festividades que deveriam ocorrer em Jerusalém, temeu que o povo, ao ir a Jerusalém, resolvesse se unir novamente a Roboão, que havia permanecido como rei sobre duas tribos (Judá e Benjamim), o reino de Judá, e, diante deste medo, que demonstrava total falta de confiança em Deus, resolveu estabelecer um “culto alternativo” a Deus.

- Ora, ao fazer isto, Jeroboão violou a lei de Moisés em, pelo menos, três pontos. Por primeiro, ao construir  
dois bezerros de ouro, para representar a Deus, violava expressamente o segundo mandamento, segundo o qual, não se podia fazer imagens de escultura para adoração (Ex.20:4,5; Dt.5:8,9), repetindo, aliás, o mesmo horrendo pecado que causou indignação e repúdio da parte de Deus quando Israel ainda estava no deserto (Ex.32).
- Por segundo, ao determinar que o povo fosse a Dã ou a Betel para adorar estes bezerros de ouro, Jeroboão violava o mandamento de que somente se podia adorar a Deus no lugar por Ele determinado, que, na época, era Jerusalém, onde havia sido construído o templo (Dt.12:5-15).
- Por terceiro, ao constituir sacerdotes dos mais baixos entre o povo, para que exercessem o ministério sacerdotal em Dã e Betel, Jeroboão violou o mandamento de que somente poderiam ministrar diante de Deus os filhos de Arão (Ex.35:19; Hb.5:1-4).

Do início do reino de Israel com Jeroboão até a subida de Onri ao trono, passaram-se cinquenta anos, meio século, e o povo, que, no início, era temente a Deus, a ponto de Jeroboão saber que eles iriam a Jerusalém para adorar o Senhor, agora era um povo que nem sequer consultava ao Senhor para saber quem deveria reinar.

- Isto nos serve de grande lição, porquanto vivemos situação muito semelhante. Quando olhamos a história do movimento pentecostal, deste maior avivamento que já ocorreu na história da Igreja, notamos que, passado pouco mais de um século, também estamos numa situação espiritual extremamente lamentável e que  está muito, mas muito aquém daquilo que vemos registrados nos anais da história.
- Nossos dias são dias de indiferença espiritual, de pouquíssimo contato com Deus, de absoluto desprezo do estudo das Escrituras e da busca do poder de Deus. O temor a Deus que vemos presente nos pioneiros do movimento pentecostal é, na atualidade, apenas registro histórico, evento raro de se encontrar em nossas 
igrejas locais.
- Como se não bastasse isso, vemos, também, embates com vistas a luta pelo poder eclesiástico, algo que inexistia nos primeiros dias, onde o Espírito Santo tinha plena liberdade para instituir aqueles que deveriam presidir sobre o povo. Assim como em Israel, que recebera Jeroboão como rei por causa da profecia divina, sem qualquer contenda, e que, cinquenta anos depois, se dividia entre Onri e Tibni, sem qualquer consulta ao Senhor, vemos, com tristeza, dezenas de conflitos absolutamente carnais em torno do poder, sem qualquer atenção à vontade do Senhor.
- Os dias em que vivemos são dias de apostasia, até porque são os dias finais da dispensação da graça e toda dispensação terminou com um período de apostasia. Resta-nos, portanto, não nos deixar envolver por esta indiferença espiritual, por esta autossuficiência e, apesar de todo o movimento contrário, esforçarmo-nos para buscar a Deus e nos mantermos em comunhão com Ele para que não sejamos apanhados de surpresa no arrebatamento da Igreja.

As causas da Apostasia

  1. Casamento misto:
O casamento entre Acabe e Jezabel, uma sidônia, é apontada como uma das causas da apostasia dentro do Reino Norte, a Bíblia Sagrada nos relata que Acabe "tomou por mulher a Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; e foi e serviu a Baal, e o adorou" (1 Rs 16.31). É a partir desse casamento que a idolatria entra com força em Israel.

    2.  Institucionalização da idolatria.
Fica mais evidente a institucionalização da idolatria em Israel quando lemos a seguinte passagem: "fez um poste-ídolo, de maneira que cometeu mais abominações para irritar ao Senhor, Deus de Israel, do que todos os reis de Israel que foram antes dele" (1 Rs 16.33).

OS AGENTES DA APOSTASIA
  • Acabe
O pai de Acabe, Onri, reinou sobre Israel entre 885 e 874 a.C., foi um desastre como líder espiritual em Israel (1 Rs 16.25,26). O pecado de Acabe foi ter andado nos caminhos de seu pai, que seguiu a Jeroboão, e ter aderido aos maus costumes dos cananeus, trazidos pelo seu casamento com Jezabel.
  • Jezabel
De acordo com o relato bíblico, Jezabel trouxe consigo os seus deuses falsos e também os seus falsos profetas. É sem dúvida uma agente para acabar com o verdadeiro culto a Deus. Mas graças a intervenção de Deus através do profeta Elias, houve a aniquilação dos planos de Satanás mais uma vez.

AS CONSEQUÊNCIAS DA APOSTASIA



  • Perda da identidade nacional e espiritual
Com a apostasia do povo de Israel, podemos perceber que houve a perda da identidade do povo de Deus, pois com a adoração a Baal sendo fomentada pela casa real, o povo estava dividido em sua adoração. É nesse momento que Elias exclama da seguinte forma: "Até quando coxeareis entre dois pensamentos" (1 Rs 18.21).
  • O julgamento divino
Nesse momento da história de Israel que surge o profeta Elias com uma predição que duraria cerca de três anos (1 Rs 17.1; 18.1), o envio de Elias foi uma providência de Deus para que o seu povo não perdesse sua identidade espiritual e nem deixasse de ser visto como povo de Deus.

APOSTASIA

  • Um perigo real
A apostasia era real no Reino Norte e se espalhava por toda parte. Segundo os léxicos, a palavra apostasia significa abandonar a fé ou mudar re religião. E era isso o que estava ocorrendo no meio do povo de Deus, estavam abandonado a adoração devida ao Deus Todo-Poderoso e seguiam os deuses cananeus.
  • Um mal evitável

Acabe devia ter seguido os passos dos bons reis de Israel, mas preferiu seguir os maus exemplos dos reis de Israel. Acabe se contristou quando foi repreendido pelo profeta, mas parece que foi um arrependimento tardio (1 Rs 21.17-29).

CONCLUSÃO


Fica claro na lição de hoje que o que ocorreu no Reino Norte, apostasia, colocou em perigo a existência do povo de Deus no período do reinado de Acabe. A união deste homem com Jezabel foi nociva não só para ele, mas também para o povo de Deus.
Podemos aprender nesta lição que: não podemos fazer aliança com o paganismo mesmo que isso traga algumas vantagens políticas ou sociais; a verdadeira adoração a Deus deve prevalecer sobre toda e qualquer  oferta que nos seja feita.

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